
Por mais que me custe dizê-lo, 38 anos após o 25 de Abril cada vez tenho mais a certeza que os "cravos" nunca chegaram verdadeiramente à minha terra. Nos ultimos anos, tenho passado esta data aqui em Pomares, e não prescindo, neste dia memorável, de ter cravos em casa e ostentar um na lapela. Ostentar um cravo, sou visto como se fosse um ET. Hoje, alguns, esquecendo-se que faço parte do lote dos portugueses que festeja esta data, olham para mim e ficam com ar espantado. De facto estou em contramão com o status quo que impera por aqui e que tudo faz para apagar e denegrir o 25 de Abril. Hoje os cravos no meu "Pontão" estão caídos, porque as politicas seguidas tentam derrubar e apagar da memória aquilo que esta data representa para muitos milhares de portugueses. Para mim, usar um cravo na lapela é lembrar-me dos tempos que não quero de volta: do analfabetismo, da fome, das crianças descalças, do país onde a coca-cola era proibida, onde as enfermeiras e as professoras primárias não se podiam casar, onde as mulheres não podiam usar saias acima do joelho, onde as mulheres só podiam ir para o estrangeiro com autorização do marido, onde não se podia pensar diferente, onde havia "bufos" denunciantes do vizinho, os torcionários da Pide e a prisão por ter ideias diferentes, é esse país que eu não quero, e é por isso que uso sempre um cravo neste dia, porque o 25 de Abril para mim não morreu. Viva o 25 de Abril, e tal como há 38 anos, um dia chegará em que os portuguese dirão basta. Há sempre alguém que diz não...e chegará o dia em que é preciso por termo ao estado a que isto chegou como disse Salgueiro Maia.
De Anónimo a 25 de Abril de 2012
Gostei. Quase me emocionei :).
Um abraço e 25 de Abril SEMPRE!
Emocieonou-se, e que quase chorei quando escrevi o nome do capitão Salgueiro Maia...e sempre que passo pelo Carmo, olho para a parede onde ainda há bem pouco tempo estavam as marcas das balas de uma revolução pacífica...muito pacífica...dos cravos...
25 de Abril Sempre.
De Luis Castanheira a 25 de Abril de 2012
Apesar de não ter vivido o dia como tu, ainda era novo de mais, concordo plenamente contigo. É um dia para nunca esquecer, liberdade não tem preço. Vou ver mais uma vez "Os capitães de Abril".
Um abraço, Luís
Olá Luis ainda bem que gostaste. A data é um marco na nossa história e um dia que dificilmente apagarão. Foi um sonho numa sociedade mais solidária e mais equlibrada e um sonho de um páis desenvolvido. Passados 38 anos estamos assim...se calhar por culpa de todos nós!...
Um abraço.
António Manuel Silva
Viva meu caro amigo António Manuel Silva.
Os cravos estão mais do que caídos, estão murchos!
Como sempre paga o justo pelo pecador.
Sabemos que há pessoas que dirão, mesmo mal como está, tomaram os nossos Avós terem o que nós temos. Não basta alimentarmo-nos nesse argumento.
É preciso fazer algo! Não sei se temos políticos credíveis para sustentar a nossa revolta.
Teríamos de voltar a ter um D. Sancho I. Nas Aldeias não se dá grande importância ao que se passa na política.
As pessoas das Aldeias precisam de se deitar muito cedo. Quando são convocadas para algo utilizam o ditado popular: Não há melhor andar do que em casa estar!
Caríssimo António Manuel, desejo tudo de bom. Cuida bem das cebolas.
Grande abraço,
Belchior Madeira Antunes
Meu caro amigo Belchior Mdeira Antunes, que hei-de eu responder...
É oq ue temos...
Um abraço, e cá continuamos na luta.
António
De A. Madeira a 26 de Abril de 2012
Bom dia amigo António Silva.
Sabe, eu ainda vivi no tempo da outra "senhora", sei o que foi a miséria, a fome, o analfabetismo, mas para muita gente o 25 de Abril continua a ser um inimigo a abater.
Eu sou um defensor dos ideais de Abril, e de tudo que ele representa para o povo português. E, o 25 de Abril também é um pouco meu. Nesse dia prestava o serviço militar em Évora, ainda fui até África, mas a guerra tinha terminado.
Obrigado pela linda música de intervenção com que o seu blog presenteia os leitores.
Meu caro amigo A. Madeira. Obrigado pelo seu comentário e fico feliz por saber que os valores do 25 de Abril lhe são gratos.
Abraço
António Manuel Silva
De Carlos a 26 de Abril de 2012
Uma pequena observação: as professoras primárias podiam casar, sim senhora.
Quanto ao resto, profundamente de acordo.
Caro Carlos, sairam noticias e entrevistas nos media ainda esta semana. Mas eu corrijo, e para ser mais exacto, as professoras primárias só podiam casar com autorização do Estado...
Mas no post, que está longe de ser exaustivo faltou falar de uma coisa que nos dias de hoje parece anedota, os filhos de pai incógnito, ou aquelas mulheres que não se podendo divorciar-se tinham que por ao filho o nome do "marido" que já não era, e muito menos era o pai da criança, e se o pai o registasse era o filho de mulher incógnita...simplesmente ridiculo, estupido e absurdo...
Cumprimentos
António
De António José. a 27 de Abril de 2012
Olá Amigo António Silva, muito bom dia.
De roda dos meus afazeres, só hoje tive oportunidade de vir aqui dedicar um comentário
a sua postagem.
Na minha opinião, nunca ficaria tudo dito, falando nós anos inteirinhos sobre o bem e o mal
que o 25 de Abril trouxe para Portugal e para as sua população, todavia só pelo facto de
os Cravos de Abril nos terem poupado ao sofrimento da despedida dos nossos filhos, para a guerra do Ultramar, ficaram credores do meu respeito e admiração.
Também, quem não for de memória curta, sabe que os Cravos de Abril ''desemperraram''
os trabalhos de abastecimento de Energia eléctrica, Saneamento básico e bons estradões com alcatrão a mistura, em todas as Aldeias da nossa região, e não só, facilitando sobremaneira o trabalho que as Comissões de Melhoramentos vinham realizando, falando eu com conhecimento
de causa.
Amigo Rouxinol de Pomares, os cravos, as rosas, e como tudo na vida, quando querem.........
Põem-se em pé!!! Eh.eh.eh.eh.eh.!!!
Um abraço.
António José.
De Filho de SV a 27 de Abril de 2012
O 25 de Abril é, e será sempre, a data mais importante da nossa geração.
Agora, ninguêm dá importância à liberdade, porque nunca sofreram a falta dela! mas nós, e os nossos pais, que tanto massacrados fomos por essa escumalha que nos governou durante muitos anos, sabemos o VALOR da liberdade.
Infelizmente, os herdeiros dessa canalha de politicos fascistas continuam por aí... teremos de os eliminar, senão não vamos lá!
VIVA o 25 de ABRIL!
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