Desta vez levei o meu velho Patrol para ir a sitios inacessiveis a outras "criaturas" com rodas, porque estas paisagens abruptas fascinam-me! E de lá é até onde a vista alcança... É a Terra Fria Trasmontana, a Serra do Fiolhoso, Murça.
Este era o post que queria ter publicado ontem... mas...
Esta frase acima foi o que sobrou do que escrevi para o post de Quinta Feira, e escrevi-a numa varanda para ter acesso à rede de sinal fraco e pouco fiável, e debaixo de um frio que teimava em penetrar a minha carne até ao mais profundo osso, e digo-vos que a minha adiposidade é um "casaco" daqueles que está preparado para aguentar os rigores do Inverno. Aqui, no interior, no Portugal Profundo, no Portugal verdadeiro, no genuíno, onde em visita a um lugarejo desconhecido e em processo acelerado de desertificação há longos anos me oferecem a casa e comer, um gesto hospitaleiro, de coração aberto, que contrasta com o interesse das operadoras de telecomunicações ao serviço do grande capital, e que se estão "nas tintas" para as pessoas...o lucro desmedido é o seu deus e senhor...
Hoje é sábado, data em que pude terminar este post, e aquilo que agora escrevo já é diferente do que escrevi no post que ficou no etéreo...
Estes dias, como já perceberam, estive na Terra Fria Transmontana, onde o tempo é frio, agreste a paisagem, mas as pessoas são do melhor que conheço...
Porque não lhes posso oferecer muito mais, por estes dias publicarei "meia-duzia" de fotos de um pequeno passeio e de uma visita à família, embora já não me encontre nessa terra de encanto, que é Trás-os-Montes.
Ir a Murça e não "tirar" uma fotografia à "porca", seria como ira a Roma e não ver o Papa...com a devida distância, é claro, mas não há momento algum em que não tire a fotografia da praxe. Zás, mais uma, e nunca é demais, porque a Praça principal de Murça é bem bonita por sinal e merece ser fotografada, até porque ali é ostentado o ex-líbris da vila, "A Porca de Murça".
Estas fotografias poderiam estar em melhores condições de nitidez e luminosidade, mas foram obtidas sem recurso a tripé, porque a ida a Murça desta vez, e à noite, não estava programada. Até nem deu para "papar" uma fatia de Toucinho do Céu. Imperdoável...
Parabéns a todos os que conservam ainda estes utensílios que fazem parte do património de um povo. Parabéns a quem me permitiu tirar este belo instântaneo fotográfico.
Estou na terra das castanhas, na terra do bom vinho e na terra de boa gente. Estou em Trás-os-Montes, terra de Miguel Torga, mas onde as comunicações têm alguma dificuldade para nos permitirem um contacto mais célere com o mundo da web (refiro-me ao sitio onde estou). Estou na varanda do andar de cima da nossa casa transmontana, e só aqui a rede me deu uma oportunidade de vos mostrar este belo exemplar de castanheiro.
Tenham um bom dia e até logo.
Festa que é festa tem que ter três componentes; o profano, o religioso e foguetes. No fds passado estive em Trás-os-Montes para os festejos da terra da minha mulher, e porque a casa de familia fazia parte dos mordomos da festa, não havia motivo forte para que não estivesse presente.
Vamos falar do Fiolhoso, uma aldeia transmontana do concelho de Murça, onde nada faltou... e a festa... foi uma grande festa!
Fiolhoso é há muito conhecida por ser a aldeia mais Luxemburguesa de Portugal, porque mais de um milhar de fiolhosenses labuta e tem a sua vida no Grão Ducado. Em Agosto regressam às origens para matar saudades da sua terra e ver os seus familiares, e a aldeia de repente cresce de duzentas e poucas almas para cerca de dois milhares. Fiolhoso é também a "minha" aldeia, porque há quase quatro décadas que com alguma regularidade a visito.
Os actos liturgicos foram celebrados por sua eminência o Bispo e Prémio Nobel, D. Ximenes Belo, que há muito mantem amizade com esta aldeia transmontana.
O fogo de artificio é sempre um espectáculo colorido e bonito, esperado por muita gente...
Ao longe, os arcos iluminados sobressaíam pela rua (estrada) principal da aldeia...
Para os mais novos, e mais gulosos, não faltou o algodão doce...
As ruas e o largo principal da aldeia, pareciam ser de uma cidade...
Muita gente na rua de forma ordeira e tranquila...
O Fiolhoso transforma-se nestes dias...e eu já há alguns anos que não tinha o privilégio de assitir aos festejos da terra...
O largo principal da terra, onde quase dois milhares dançaram e se divertiram durante os 4 dias de festa...
Vimos obviamente imagens do profano, mas também registei imagens dos actos religiosos, que publicarei em formato video nos posts seguintes. Uma imagem de D. Ximenes Belo na sua liturgia...
A Igreja de Fiolhoso é pequena para estes dias...
D. Ximenes Belo acompanhou as procissões...
Que encheram as ruas de Fiolhoso...
E porque a juventude portuguesa é o futuro do nosso país onde quer que esteja...aqui fica um momento para que recordem no Grão Ducado a passagem das férias de 2012 na terra dos seus avós...
Continuando o post anterior, sempre que dou um saltinho ao Fiolhoso não deixo de dar um saltinho a Murça, obrigatório até, porque a vila é bonita e acolhedoura e tem o melhor "toucinho do céu" do mundo, e ainda uns bolinhos de forno com travo a bagaço que servem de excelente " mata-borrão" para um copito de " Caruma's Wine" à falta de um bom Douro que por aqui se encontra com facilidade. Afinal estamos em terras do alto Douro e Trás-os-Montes, onde a cultura vinicula é sustento de gerações.
Na foto, a Igreja da aldeia...
A capela...
É um mundo onde os animais têem o seu espaço na comunidade e ajuda na lavoura.
Onde os animais respiram e disfrutam de liberdade...
Onde o gado asinino, já quase em extinção, se pode obeservar, pertinho de nós...
Olhando a estrada (EN) que atravessa toda a povoação, é possivel ver alguns praticantes de ciclismo, que me fizeram recordar os amigos José Cavaca e Jorge Medeiros, grandes aficionados e praticantes a sério desta modalidade desportiva.
Em Murça, e o seu simbolo a "porca" de Murça.
Uma vista mais alargada da sua praça principal.
A rua principal...outrora cheia de transito, até ser desviado por outras vias mais modernas e adequadas ao tráfego automóvel dos nossos dias.
Outra perspectiva da rua principal da vila.
Outra praça contigua á praça principal.
Igreja Matriz de Murça.
E é aqui que se pode comer e levar para casa o melhor "toucinho do céu" do mundo. Ir a Murça e não comer uma fatia desse doce é perder o que de melhor se faz em doces conventuais...
Este é um "mundo rural" diferente da minha Beira Serra é certo, mas de que também gosto e visito com frequência, até porque aqui estou ligado há quase quatro décadas. Refiro-me ao Fiolhoso, uma freguesia de Murça, e uma das mais importantes deste município transmontano, de cuja sede dista apenas sete quilómetros. Fiolhoso contém vestígios da presença humana desde o Neolítico, qualquer coisa como 5000 (cinco mil) anos. A presença romana também se fez notar no século II AC, o que não é de estranhar dada a proximidade de itinerarios principais romanos, de castros e da Aquae Flaviae ( Chaves), importante à época.
Tal como muitas povoações do nosso interior, também o Fiolhoso sofreu nos anos 60/70 um decréscimo acentuado na população, que emigrou em grande número para o Luxemburgo, onde ainda hoje tem uma grande comunidade, que goza de grande prestigio naquele Grão Ducado. Normalmente o Fiolhoso tem em média cerca de 200 habitantes residentes, mas chegado o mês de Agosto, os cerca de 800 que residem no Luxemburgo vêm matar saudades da sua terra, e é então que o Fiolhoso se torna a aldeia mais Luxemburguesa em terras lusas. Este ano em Agosto, pelas festas da terra, também lá hei-de estar, se Deus quiser...
O que vos vou mostrar hoje, não são as casas modernas, que as há obviamente, mas aquilo que me impressiona pela sua imponência, pela sua dureza, pelo agreste do aspecto, pelas memórias e histórias que elas encerram. Mostro-vos a parte velha, alguma em ruínas, onde o granito é todo poderoso. Que me impressiona! Olho para estas pedras que formam paredes, janelas, portadas e alpendres, e lamento que muitas não tenham sido recuperadas, porque tenho a certeza que o Fiolhoso seria ainda mais uma bela e bonita aldeia transmontana.
Este foi o material mais usado na construção pelos povos do norte, e ao olhar para uma pedra destas não posso deixar de pensar que ela poderá ter protegido do frio muitas gerações de gente franca e hirta, como é um transmontano.
Uma força bruta para erguer degrau a degrau, que séculos depois ainda nos podem elevar...
Ruas, paredes e varandas, onde se sente a memória medieval...
As janelas das lojas queriam-se pequenas e estreitas, para proteger do frio inverno e do inferno do verão...
Algumas casas de cantaria milimetricamente talhada já sucumbiram aos anos e às primeiras vagas de emigração para o Brasil...
Uma bonita fonte de "chafurdo" que merecia uma requalificação do local e a devida preservação, como memória e atracção turística.
Quantas famílias e quantas crianças subiram estas escadas...
Pedras que já perderam o brilho e portas de madeira já enegrecidas pelo tempo, vão-nos contando a história destas ruas...
Degraus já inclinados, tal como nós humanos, que nos vamos inclinando ao peso da idade...
Uma bela janela de antigamente...
Uma porta é sempre uma porta...
E até os velhos palheiros são em granito, puro e duro...
A pedra é "quase" eterna, mas o velho lagar não consegue manter as paredes em pé, e já há muito que pela porta não lhe entra o Deus Baco...
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