Nem sei bem como começar, tal é o tempo a que votei este meu espaço predilecto ao abandono. Imperdoável!!!
Fazendo as contas, há mais de um mês que não "boto" aqui nada, nem uma opiniãozinha. Nem parece meu. E penalizando-me, ainda mais, no mês de Maio, apenas um post. Valeu o post e o vinho da Casa da Carvalha que são excelentes. Tudo, os donos, a Casa e os vinhos...
Bem, vamos lá ao que me trouxe aqui:
Nada de especial, apenas a vontade de retomar o curso normal deste Blog " O Rouxinol de Pomares", e deixar aqui alguns desabafos, quiçá para justificar o injustificável, ou simplesmente para arranjar alguma explicação, ou álibi, para a minha preguiça, cansaço, desmotivação, ou desilusão...
Não sei, talvez tudo junto.
Todos nós gostamos mais de tudo o que nos é mais fácil. É humano e é legitimo. A coisa mais fácil é a plataforma de comunicação da chamada rede social, facebook, que nos permite algum voyeurismo e que podemos satisfazer a curiosidade alheia com uma foto de um bife e batatas fritas, ou simplesmente com a cor dos sapatos novos acabadinhos de comprar...
É tudo mais fácil, mais rápido e ninguém está preocupado com a qualidade das imagens, do som do vídeo. O que importa mesmo é a quantidade dos likes e quantidade de amigos, que na sua maioria passam por nós e nem bom dia dizem...é tudo uma questão de números, até nós, provavelmente lá em Bruxelas, eu não passarei de um número, ou serei mesmo um número? Se calhar nem isso...
Bom, adiante!
Ao longo destes 9 anos em que abordei muitos problemas que afectam as nossas aldeias, e em especial a minha terra na qual foquei este Blog, percorri um caminho que não foi fácil. Tornei-me conhecido como " O Rouxinol de Pomares", fiz grandes amigos, e fiz também alguns inimigos de estimação. Orgulho-me de ter companheiros e amigos que comungam dos mesmos ideais, que disseram sempre presente, foram sempre solidários, e em momento algum vacilaram nos ideais, e jamais aceitaram promessas vãs. Compreendo, não sou redondo e não agrado a todos, e não tenho fígado para dizer pela boca uma coisa, e o coração estar a pensar outra. Recuso-me a ser hipócrita. Nunca o fui, e com esta idade já não vale a pena sê-lo. Sou directo, frontal e verdadeiro, e se algum dia eu sentir que errei, não tenho a menor hesitação em pedir desculpa. Sei que levantei problemas a quem estava nas suas 7 quintas, porque do alto do seu poderzinho nunca ninguém tinha ousado questionar fosse o que fosse. Assustei e assusto quem está instalado e tem interesse em que as coisas permaneçam na mesma. Cheguei, questionei, fotografei, apontei caminhos alternativos, dei sugestões, e isso obrigou a mudar muita coisa. Mentalidades, uma das coisas mais difíceis de mudar...
Confesso também que acuso algum cansaço, fruto de uma luta muitas vezes solitária, de muitas horas perdidas à frente de um ecrã de computador, de muitas horas com uma máquina fotográfica na mão, de muitos quilómetros percorridos, muito dinheiro empatado e gasto a percorrer estradas, caminhos e aldeias, apenas com o objectivo de dar a conhecer, de divulgar e de levantar questões justas que tenderiam somente ao desenvolvimento sustentável, impedindo o desaparecimento de comunidades. Ou pelo menos a tentativa, enquanto outros assobiam para o lado e dizem " o gajo é parvo e fala demais" Sempre com o sentido de responsabilidade que me caracteriza, de preservar a segurança e a imagem das pessoas e das aldeias, tendo o cuidado de não divulgar dados que possam comprometer a segurança das pessoas e bens. Todos sabemos da desertificação humana das nossas aldeias, mas nunca publiquei um post com o número de habitantes por aldeia, por uma questão de segurança e privacidade! O respeito pelas pessoas está sempre presente. Afinal é pelas pessoas que ando por aqui e me movo...
Confesso também alguma desilusão. Não por não sair vencedor de eleições a que me propus, porque o objectivo politico não sendo atingido na totalidade, foi sobejamente positivo. Estou convencido que contribuí bastante para consolidar a democracia na minha freguesia e para a transparência dos actos públicos. Sei que não é fácil aceitarem quem lhes pediu e pede para mostrar as contas publicas...porque nunca antes foi feito. Sei que não é fácil que se questione actos de uma gestão administrativa de uma pequena freguesia. Provavelmente ainda não entenderam que este é um caminho natural e que só teriam a ganhar com a participação de quem está na oposição. Ainda há muito caminho a percorrer...mas nem sempre gozamos da estima e da compreensão, até dentro dos próprios camaradas de partido que se norteiam simplesmente por números...e quiçá pelo poder... e é por isso que vamos assistindo à decadência dos velhos partidos, que ao longo destes anos nos levaram para um caminho que não sabemos onde terminará...
Desilusão também por constatar que cresceu na minha aldeia, oportunismo, bajulice, dissimulação e falsidade em alguns, que assim vão alcançando um bocadinho de protagonismo que de outra forma jamais o conseguiriam por mérito próprio.
Confesso também alguma desmotivação, muita até, porque me fartei de "aturar" boçalidades, gente que se julga capaz e não consegue produzir uma ideia. Gente que me pediu ajuda e no momento seguinte não teve pejo de me rasteirar. Gente mesquinha, que nos bate nas costas e ao virar da esquina é capaz de nos atraiçoar. Desmotiva-me que os valores de outrora tão comuns nas nossas aldeias já não são o que eram. O respeito, a verticalidade e a palavra já não são o que eram nem têm o mesmo valor de outrora. Perdeu-se a verticalidade...
Confesso ainda que estou a ter alguma preguiça, porque é mais simples não ter compromissos, não ter nada que fazer...e fazer apenas o que nos apetece, quando nos apetece, e como nos apetece...
Pensando bem, sou um homem livre, sempre fui um homem livre, e tenho a idoneidade de fazer o que acho que está bem feito...ninguém me paga!!!
Há gente que reconhece o meu trabalho, as minhas capacidades e o meu esforço. O que é importante na vida é que tenhamos sempre uma alternativa...
Desiludam-se aqueles que pensam que me remeti ao silêncio e que ficarei calado. Não acreditem! Um dia destes, voltarei, e nunca, mas nunca mesmo, deixarei de dizer o que penso e de apontar o dedo se for caso disso. É simples, a minha liberdade não tem preço, e o melhor do 25 de Abril foi a liberdade de expressão...
A Casa da Comarca de Arganil, agora com uma direcção renovada, tem desde sempre mantido um relacionamento estreito com outras casas regionais, graças ao papel que desempenha na Associação das Casas Regionais de Lisboa (ACRL), e pela importância de Arganil no movimento regionalista sedeado na capital. Saliente-se também, que desde sempre tem mantido um relacionamento estreito com o Município de Arganil, que já deu os seus frutos com a parceria entre o Município e a Casa da Comarca de Arganil na realização da Feira das Freguesias, que se realiza em Junho, em Arganil, e que tem constituído um êxito indiscutível, facto assinalado na intervenção do Dr. António Cardoso, que representou o Município de Arganil neste Colóquio.
A Casa da Comarca de Arganil, é uma das casas regionais associada da ACRL e uma das principais casas fundadoras desta associação que no sábado participaram no Colóquio - Autarquias Locais e Casas Regionais - Uma parceria a desenvolver.
Há mais de meia centena de casas regionais em Lisboa, embora se presuma, por falta de elementos, que só metade mantenha actividade regular. As casas regionais de Lisboa, um pouco abandonadas pelo poder político e atravessando dificuldades várias, acabaram por fundar a ACRL que culminou no sábado com o colóquio que tende a aproximar as casas regionais com o poder político.
Se há 50 anos as casas regionais foram fundadas com o objectivo social de juntar os conterrâneos, hoje entende-se que as casas regionais devem encarar o objectivo de divulgarem na capital a gastronomia, a cultura e o turismo da região de origem. Cada casa regional tem de promover juntamente com o seu município iniciativas nesse sentido e atrair investimento para as sua região de origem e ainda modernizarem-se por forma a atrair as novas gerações para o movimento regionalista. Desafios e palavras que foram deixados pelos vários intervenientes no colóquio.
Nove autarcas exposeram o trabalho que tem sido desenvolvido nos seus municipios. O objectivo de aumentar o conhecimento entre as casas regionais e os seus municipios foi amplamente conseguido. Esta forma de aproximação do movimento regionalista e do poder autarquico, foi uma boa iniciativa da ACRL, que está de parabéns pela participação e animação que o colóquio teve. O movimento regionalista ficou reforçado com esta iniciativa, que de uma forma generalizada mereceu todo o apoio das autarquias, que lhe reconhecem valor e um papel fundamental para o futuro.
Carlos Manuel, actual Presidente da Casa da Comarca de Arganil e um dos activos regionalistas e organizadores do colóquio.
Um auditório "bem composto" que não enjeitou os aplausos às várias intervenções dos oradores.
O Dr. António Cardoso, em representação do Município de Arganil, abordou a temática do papel do movimento regionalista no passado, abordou a problemática da desertificação do interior que pode vir a ser potenciada com a reforma administrativa que aí vem. Frisou que a Feira das Freguesias tem sido um êxito e que resulta de uma parceria do Município com a Casa da Comarca de Arganil.
Que me desculpem os outros autarcas e as outras casas regionais, de só falar em Arganil e nos concelhos mais próximos, mas este é um blog virado para a minha região, e nem eu pretendo, nem posso ter uma "abarcância" maior.
Na foto o Dr. Mário Almeida Loureiro, Vice-Presidente do Município de Tábua, que também referiu a importância no passado do movimento regionalista e o papel fundamental que pode ter no futuro. Salientou que em Tábua não há desemprego, referindo-se ainda às boas acessibilidades que Tábua tem, que permitem encurtar distâncias para os grandes centros e Lisboa, e a qualidade de vida que se pode ter nos concelhos do interior.
O Dr. Humberto Oliveira, Presidente do Município de Penacova, que referiu que Penacova é a capital da lampreia e a potencialidade da gastronomia no combate à desertificação. Apelou para as novas gerações levarem os amigos às origens dos seus familiares, ajudando a dar a conhecer as potencialidades da região.
O Sr. Joaquim de Brito, Presidente da ACRL
Em representação da Câmara Municipal de Lisboa, a Dra. Helena Almeida Santos.
Uma foto da "primeira fila" , onde se vê o Dr. António Cardoso, tendo ao seu lado direito o Dr. Francisco Araújo, Presidente do Município de Arcos de Valdevez e a seguir o Dr. Mário Loureiro do Município de Tábua. Do lado esquerdo, o Dr. Humberto Oliveira do Município de Penacova, seguido do Dr. José António, Vice-Presidente do Município de Tondela. Na fila de trás o staff do Município de Lisboa.
Todos os intervenientes, bem como os representantes das casas regionais, receberam um diploma de participação. Na foto o Dr. António Cardoso a receber o seu diploma que lhe é entregue pelo Presidente da ACRL, Sr. Joaquim de Brito.
E a vez do Sr. Carlos Manuel, Presidente da Casa da Comarca de Arganil.
Pelo gesto, o Sr.Carlos Manuel, não esconde a satisfação pelo Colóquio ter corrido como o previsto. Bem!
O Sr Presidente da Casa dos Tabuenses, recebe o seu diploma.
E o Sr. Presidente da Casa do Concelho da Pampilhosa da Serra, recebendo o seu diploma.
O Colóquio foi encerrado com um almoço convívio na Quinta de S. Vicente em Telheiras.
SÁBADO 09:30 - 13:00
ANFITEATRO ORLANDO RIBEIRO - BIBLIOTECA DAS TELHEIRAS - LISBOA
AUTARQUIAS LOCAIS E CASAS REGIONAIS - UMA PARCERIA A DESENVOLVER
Com a colaboração da Câmara Municipal de Lisboa, que disponibilizou o Anfiteatro Orlando Ribeiro, na Biblioteca das Telheiras em Lisboa, (Antigo Solar da Nora, Estrada das Telheiras 146, 1600-772 LISBOA), a ACRL, (Associação das Casas Regionais de Lisboa), vai promover na manhã de sábado dia 2 de Abril, a partir das 09:30, um colóquio subordinado ao tema, "Autarquias Locais e Casas Regionais - uma parceria a desenvolver", convidando para o efeito os Presidentes dos Municípios representados em Lisboa por Casas Regionais.
O colóquio terá uma saudação de boas vindas pelo Presidente da ACRL, a abertura pelo Presidente do Município de Lisboa, António Costa e será moderado pelo jornalista Paulino Coelho da Rádio Renascença.
A Casa da Comarca de Arganil gostaria de ver presente na assistência um número significativo de Arganilenses, pelo que agradecem a presença. Estará presente o Presidente do Município de Arganil, Ricardo Pereira Alves.
Casa da Comarca de Arganil - Rua da Fé, 23-1º, Lisboa
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