Como por cá não tenho as minhas agriculturices para me entreter, e não é salutar ficar de chinelos em casa, todos os dias dou a minha voltinha. Poderão dizer:
E o que é que isso nos interessa? Bom, é só para vos tentar situar na acção e no momento, que vos descrevo a seguir.
Ontem, o Sol brilhava e convidava a ir apanhar um pouco de sol e ar puro. Saí sem destino, ou seja, sem itinerário predefinido, embora acabe sempre por andar por aqui perto, às voltas. Por aqui há sempre coisas para ver, ouvir e sentir. Acabei por ir parar ao Cabo da Roca, o ponto mais Ocidental da Europa, que regularmente visito. Dali espraio o olhar pelo oceano, e sinto os ventos frescos da brisa marítima. Nesta época, desabrocha a floração da vegetação, de características mediterrânicas, e de algumas espécies únicas, tornando a paisagem lindíssima, e mais linda se torna em dia de céu azul e sol brilhante.
Ontem esteva um dia assim...
O amarelo sobre o verde predomina.
Aproximo-me, e de repente parece que fui transportado para outras latitudes. A fisionomia e a fonética não enganam. O mandarim era língua predominante. Este é um dos sítios em Portugal com mais chineses por metro quadrado. E como vamos ver mais à frente, tudo com maquinas fotográficas, telemóveis, tabletes, e muitos sticks. Tudo com sticks...
Ali, a uns metros mais acima, o Farol.
Lá em baixo, a 140 metros, o oceano. Uma vertigem deslumbrante.
Arrepia-me ver tantas pessoas que descontraidamente circulam para além das cercas, em trilhos improvisados, que pousam a poucos centímetros do precipício...uma rajada de vento, e era uma vez uma selfie...
Chineses, em maioria, gente jovem sobretudo, look à boa maneira dos states, um ou outro curioso tuga, e algumas famílias de leste.
Fotos...
Fotos, selfies e tecnologias...
Selfies e mais selfies. Nunca tinha visto tantos a tirar tantas selfies ao mesmo tempo!!! Ufa...
até a mim me contagiaram...
Cabo da Roca, um sitio magnifico que dá gosto visitar sempre, nem que seja para apanhar ar...
...ou ver a floração da vegetação...
E dá sempre jeito levar a maquina fotográfica e o telemóvel para uma selfie.
Depois das guloseimas próprias de Natal, do bolo rei, dos sonhos, das rabanadas, dos fios de ovos, do bacalhau, das couves, do polvo e do cabrito assado no forno, nada melhor que uma lufada de ar fresco do oceano que uma voltinha saloia pode propiciar, porque o dia estava convidativo, com temperatura amena a rondar os 12º, que mais parecia um dia primaveril. No Cabo da Roca, as centenas de pessoas que aí estavam a passear no pedaço de terra mais ocidental da Europa, confirmam as minhas palavras. Em Sintra, este ano as luzes natalícias ficaram no armazém, e esta bela Vila perdeu o encanto de outros natais, quiçá a dar o mote que os natais vindouros são muito menos brilhantes. Felizmente que os políticos miserabilistas que nos vão empobrecendo ainda não nos conseguem tirar o brilho do Sol...
Não podemos andar sempre num estado letárgico e de pessimismo a propósito da crise e da governação de direita que nos vai retirando alguns proveitos alcançados ao longo de anos de suor e de lutas para que nós, os trabalhadores, tivéssemos uma vida melhor. Uma vida digna. Não podemos andar sempre a pensar que aqueles que ganham 6,7,10, 20...mil e por aí fora por mês venham para a televisão dizer que é preciso fazer cortes nos ordenados e nos subsídios de natal e férias de trabalhadores que ganham mil euros. Uma fortuna...
Não podemos andar sempre a pensar naqueles que são mais troikistas que a troika...mas sabemos que os trabalhadores unidos são uma força da natureza...
Para desanuviar a mente da intoxicação que nos entra casa dentro através dos media, dos facebook, etc etc, não há como dar uma voltinha por este nosso miradouro ( a voltinha saloia), onde a terra acaba e o mar começa. Mesmo em dias de chuva intensa, o Cabo da Roca é o miradouro perfeito para vermos as águas agitadas do oceano, e contemplar as forças da natureza que nunca ninguém as venceu...
Eis aqui, quase cume da cabeça
De Europa toda, o Reino Lusitano,
Onde a terra se acaba e o mar começa...
Luis Vaz de Camões
(Cabo da Roca- Sintra-Portugal)
Com frequência vou até ao Cabo da Roca, o ponto mais ocidental do continente europeu, e olho o mar. É uma forma de descansar o espírito, olhando a imensidão do Oceano Atlântico e sentir que o nosso planeta é belo, e temos o dever de o preservar para as gerações vindouras.
. The perfect selfie in Cab...
. Onde a Terra se Acaba e o...
. A Nossa Freguesia
. Barroja
. O Nosso Concelho
. A Nossa Região
. Amigos
. Ritual
. Impulsos
. O Açor
. Maria
. Links
Para evitar a calúnia e a difamação gratuíta, os comentários são moderados pelo autor do blog. Todos os comentários serão publicados, mas se estiver a pensar insultar ou difamar pessoas ou grupos, e de forma geral prejudicar a utilização leal deste espaço não se dê ao trabalho. Os comentários não serão publicados.