Não há nada como viver no campo...e o mesmo é dizer que não há nada como viver em Pomares e conviver com a natureza...
Ouvir o som da água a correr, límpida, na nossa Ribeira de Pomares...
Ver e cheirar as flores do campo, observar as abelhas, que na sua busca incessante de néctar fabricam um dos melhores produtos da natureza, o mel, e o mel da Serra do Açor recomenda-se...
Comer fruta directamente da árvore, sem receio de químicos...
Ver os primeiros frutos de uma jovem macieira...
Esperar pelos pêssegos que crescem na árvore...
Ver a saúde de um pequeno cacho em crescimento, que será "Moscatel Branco de Setúbal"...
Esperar por Setembro para fazer marmelada...
Plantar alfaces...passar um mês na cidade... chegar e ver que a natureza, com uma ajudinha da Ti Idalina a tirar as ervas mais teimosas...cumpriu o seu dever e é só arrancar...passar por água, temperar com um fio de azeite, vinagre de "Caruma's" e acompanhar o jantarito...
Lembram-se dos morangos? Pois, cresceram, o tempo não ajudou muito, mas os que apresentavam hoje a cor rubra...marcharam mesmo ali...
Lembram-se também do cebolo?...a coisa arrebitou...mas segundo os entendidos, o tempo frio que se fez não ajudou...esperemos que haja cebola...da rija de preferência, para poder acompanhar a alface...
As enxertias vingaram apesar de terem "levado" com umas geadas extra e fora do programa...
Desta vez a etiqueta da arvorezinha não vinha trocada...é mesmo Rainha Cláudia...já dá para ver...
Depois de jantar, já noite...pega-se no jipe e ala até aos nossos terrenos, porque os restos de carnes, em vez de irem para o caixote para cheirar mal, vão alimentar alguma rapozinha, porque os coelhos e perdizes não abundam por aqui...
Depois passa-se pelo café cá da terra, bebe-se um cafezinho, e é sempre um prazer dar dois dedos de conversa com o amigo Henrique.
Melhor? Não há nada como viver no campo...digo eu!
Hoje ia falar de alguns assuntos tratados na Assembleia Municipal e Assembleia de Freguesia que decorreram no sábado pp, ia, mas por força da mãe natureza, que me pôs as uvas no "ponto", não me sobrou tempo algum e não irá sobrar por estes dias mais próximos. Contingências da vida do campo!
Todos sabem que gosto da terra e dos trabalhos do campo, e também todos sabem que na nossa freguesia, quer pelos terrenos quer pelo microclima, não se produzem bons vinhos, e é por isso mesmo que apelido o meu vinhito como Vinho de Caruma. Já contei a história várias vezes, um antigo colega e amigo dizia-me que, se cá na minha terra havia só pinheiros como é que eu queria ter vinho em condições?!!!
Normalmente o nosso vinho, e salvo algumas raras excepções, é um pouco ácido, de baixa graduação e multi castas, o que dá um produto difícil de equilibrar, quiçá mesmo para um enólogo, quanto mais para um pobre enófilo. Como sou teimoso e gosto de sentir o cheiro frutado do vinho em fermentação, e porque me dá algum gozo fazer vinho por processos antigos, deixo as uvas atingir uma maturação máxima possível, uvas quase passificadas, com desidratação natural dos bagos, e por consequência uma maior concentração de açúcar que normalmente é baixa. Como a técnica de retardar a colheita é designada por Late Harvest, então porque é que o meu vinhito não poderá ser um Caruma's Late Harvest ???!!!
Não sou um expert em identificar as castas, mas presumo que esta é o Borrado das Moscas ou Bical...será?
Maturação no limite...e antes que chova!
Tenho vindo a plantar e a substituir algumas videiritas por castas mais nobres, e tenho preferência pela touriga nacional, que penso ter uma boa adaptação por aqui, assim com a Tinta Roriz, mas no caso da fotografia é um moscatel e está super doce, e para comprovar reparem na abelha que está do lado direito a sugar o néctar...
Contrastando com as cidades onde impera o betão e o alcatrão de cor negra, no campo a paisagem vai mudando ao sabor das estações e com a ajuda do "Homem", que ceifando o feno empresta um dourado aos campos...
Paisagens de Pomares no mês de Junho.
É tempo de ir às amoras silvestres!
Com o calor que se tem feito sentir, este ano as amoras amadureceram mais cedo que o habitual. Fruto de sabor ligeiramente ácido e adstringente, é usado para fazer doces, compotas e geleias, mas quem gostar dele ao natural, aconselho juntar-lhe uma colher de chantilly! É um fruto rico em vitaminas A,B,C, ácido cítrico e potássio e um excelente anti-oxidante. Consumir refrigerado de preferência, que agora está muito calor! Vão até ao campo pela fresca que as amoras nascem espontâneas, e cuidado com os picos...
É tempo de ir às pinhas...
Estamos em pleno Agosto de calor tórrido, os pinhais gemem e contorcem-se ao sol abrasador do meio-dia, as pinhas vão caindo e rolando pela caruma seca até se imobilizarem num qualquer recanto de uma urze ou carqueja. Agosto...Setembro...Outubro, ciclicamente voltamos aos frios e ao tempo de acender as lareiras, e é nessa altura que apreciamos o esforço de nos baixarmos vezes sem conta a apanhar pinhas, uma ajuda imprescindível para acender o lume de forma ecológica. É assim a vida do campo...
Se há coisas que me dão prazer é mexer na terra, ver as coisas a crescer, plantar arvores e plantas. É necessário de vez em quando cortar as ervas que prejudicam as outras coisas que nós plantamos. Sem o recurso a herbicidas, temos que puxar pelo "corpo", faz bem ao espírito, reduz o colesterol, e é quase ecologicamente perfeito, quase, porque a maquineta é a dois tempos e sempre "bota" uns fumos nocivos para a atmosfera, mas eu também não sou fundamentalista.
Até amanhã!
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