E porque o verão termina amanhã!
Com um abraço a todos os fiolhosenses que trabalham longe a pensar no próximo verão para regressar às suas raízes e matarem saudades...
Continuando a mostrar algumas fotos de uma forma de ver o Fiolhoso, mostro-vos o largo principal cá da terra, local que agora está despido de gente, mas que em Agosto fervilha de filhos da terra, que regressam de muitos locais dessa Europa que os acolheu na demanda de uma vida melhor, e onde se irão desenrolar os festejos do Fiolhoso que por norma são rijos...
Ao lado a EN 212 pela qual a aldeia se estende...
O Fiolhoso, tal como a maioria das nossas aldeias do interior, continua a ser uma freguesia rural...
O que tenho vindo a mostrar são construções antigas de traça original e característica da zona, mas não fica mal uma "maison" em plena natureza...
Castanheiros seculares atestam a antiguidade da localidade...
Espaço em planalto...
Em contraste com antigo e moderno...
A Rua Principal...
Uma outra perspectiva que nos oferece uma vista através de uma rua a uma cota superior das artérias principais...
Todas as ruas vão dar ao adro...
Que tem o seu próprio espaço que circunda a pequena mas bela igreja...
Para onde quer que se olhe, há muitas casas que poderiam ser recuperadas e preservada a sua traça...
Varandas em granito talhado à força de cinzel com mestria de quem sabia utilizar os recursos que a natureza oferecia...
A pedra em toda a parte...
Escadaria com os balcões tipicamente trasmontanos...
Um belo espaço considerável, e uma arquitectura que merecia ser recuperada no coração da aldeia...
Mais uma casa em pedra...
Um outro balcão entre tantos ainda em estado original...
Uma rua medieva...
E tal como em muitas aldeias deste nosso Portugal, há muito que não se ouvem por aqui as vozes e as correrias das crianças...
Esta escola bem podia ser a sede de uma associação de desenvolvimento local; seria preservada, e a terra iria beneficiar muito...
Numa próxima vez, mostrarei a aldeia de outra perspectiva, uma outra forma de ver o Fiolhoso. Até lá!!!
Já estava na "forja" há algum tempo a publicação de algumas fotos que tive a oportunidade de captar por alturas da Páscoa, que passei em Trás-os- Montes. Publicarei 40 fotografias, divididas em dois posts, tantas quantos os anos em que me habituei a visitar o Fiolhoso, pela família e pelas gentes que continuam genuínas, como sabem ser os transmontanos. As fotografias que se seguem, são apenas uma forma de ver o Fiolhoso através de uma objectiva que, quiçá, vê em cada pedra de uma velha casa, uma história de vida, ou muitas histórias de vida que encerram, tantas as formas graníticas que teimosamente vão resistindo erguidas, perpectuando o suor de quem as ergueu. O Fiolhoso tem um património incomensurável em granito, e se há alguns anos se tivesse despertado o interesse em recuperar muitos dos edifícios que agora estão em ruína, esta seria sem dúvida uma das mais belas terras trasmontanas. Pode ser que um dia...
O Fiolhoso é uma aldeia de dimensões consideráveis, que cresceu perifericamente e tem hoje um bom parque habitacional com as condições que a vida moderna proporciona, contudo, vive também os problemas da interioridade que são a falta de empregos e a consequente desertificação humana. Há muito que os naturais de Fiolhoso tiveram que escolher, emigrar, e hoje são uma comunidade respeitada e conceituada no Luxemburgo, para onde emigraram maioritariamente, e não será por acaso que o Fiolhoso é a aldeia mais luxemburguesa de Portugal.
O Fiolhoso dispõe de um moderno Lar e Centro de Dia.
Lar inaugurado pelo então 1º Ministro de Portugal António Guterres, e Jean Cloud Junker, 1º Ministro do Luxemburgo, e hoje Presidente do Parlamento Europeu, que atesta por si só a importância desta comunidade naquele país.
Mas não são os edifícios modernos que vos quero mostrar, o que vos quero mostrar são estas pedras graníticas que em cada casa, em cada palheiro, em cada calçada, em cada rua, vão contando a sua história a quem passa...
Sigam-me lá...
Hoje ainda estão de pé, resistindo ao tempo moderno, de ventre vazio dos fenos que sustentaram muitas juntas de bois que lavraram campos de pão regados com muito suor...
Impressionam-me as graníticas pedras talhadas à força da picareta e de dimensões que só colectivamente se puderam erguer.
Estacionado definitivamente por falta de tracção...
Um muro de pedra, que anarquicamente talhada se ergue em rectilínea linha, demarcando pertences...
O aproveitamento dos desperdícios lenhosos das videiras, que tal como a lição da formiga, irão sustentar o lume no inverno ou o assado no verão...
Os quintais com uma excelente exposição solar...
A nomenclatura dos arruamentos...
Pátios em contraste constante entre o passado e o presente...
Escadas em equilíbrio periclitante, onde o musgo oculta o desgaste dos degraus de muitos socos que por aqui subiram e desceram, no vai e vem da vida...
Uma janela que entreaberta ao sabor do vento, teve outrora vida...
Belos edifícios em cantaria, que recuperados fariam corar de inveja muitas casas de alvenaria moderna...
Um património arquitectónico que não se deveria perder...
Uma beleza! O aproveitamento rochoso natural...
Os fechos das portas eram tão simples...
Impressiona-me sempre a imponência das portadas que deixam adivinhar o peso bruto de cada bloco granítico, que aguentaram séculos e se mantêm de pé...
Desta vez levei o meu velho Patrol para ir a sitios inacessiveis a outras "criaturas" com rodas, porque estas paisagens abruptas fascinam-me! E de lá é até onde a vista alcança... É a Terra Fria Trasmontana, a Serra do Fiolhoso, Murça.
Este era o post que queria ter publicado ontem... mas...
Esta frase acima foi o que sobrou do que escrevi para o post de Quinta Feira, e escrevi-a numa varanda para ter acesso à rede de sinal fraco e pouco fiável, e debaixo de um frio que teimava em penetrar a minha carne até ao mais profundo osso, e digo-vos que a minha adiposidade é um "casaco" daqueles que está preparado para aguentar os rigores do Inverno. Aqui, no interior, no Portugal Profundo, no Portugal verdadeiro, no genuíno, onde em visita a um lugarejo desconhecido e em processo acelerado de desertificação há longos anos me oferecem a casa e comer, um gesto hospitaleiro, de coração aberto, que contrasta com o interesse das operadoras de telecomunicações ao serviço do grande capital, e que se estão "nas tintas" para as pessoas...o lucro desmedido é o seu deus e senhor...
Hoje é sábado, data em que pude terminar este post, e aquilo que agora escrevo já é diferente do que escrevi no post que ficou no etéreo...
Estes dias, como já perceberam, estive na Terra Fria Transmontana, onde o tempo é frio, agreste a paisagem, mas as pessoas são do melhor que conheço...
Porque não lhes posso oferecer muito mais, por estes dias publicarei "meia-duzia" de fotos de um pequeno passeio e de uma visita à família, embora já não me encontre nessa terra de encanto, que é Trás-os-Montes.
Parabéns a todos os que conservam ainda estes utensílios que fazem parte do património de um povo. Parabéns a quem me permitiu tirar este belo instântaneo fotográfico.
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