O Rouxinol de Pomares

Sou livre num pedaço do mundo que só alguns conhecem, mas nem todos sentem o frio da pedra, as curvas da Serra, as aldeias onde se morre de velho, e os novos há muito que se foram embora, onde não há nascimentos, e onde muitos nunca sentiram os ventos cortantes do mais alto dos Miradouros da minha Serra do Açor: O Colcorinho.

Os entendidos dizem que vem aí o frio...

Não há soupa que nos valha nem couve que aguente! Parece que que o frio se vai...e a chuva vem...

Assim vai o tempo...

pequeno passeio pela Serra do Açor...frio, mas neve pouca!

...Frio e a Preto e Branco...

Quem não poupa água e lenha, não poupa nada que tenha...mas já sabia bem uma fogueirita, e até sabiam bem umas castanhitas assadas, porque lá fora o mercúrio aponta para os 11º graus celsius...e começa a arrefecer...
Pellets para a estufa e lenha para lareira, tudo arrumadinho, ora venha de lá o inverno... 

Verão e principio de Outono seco, quente, em que toda a gente clamava por chuva. Ela veio, e em força, mas as temperaturas ainda estão amenas, parece até que estamos num país tropical. Parece, mas não é, o frio um dias destes está aí à porta, e como diz o ditado, quem vai para o mar avia-se em terra....eu já arrumei a minha lenha...e eu raladinho...o frio que venha!!!...

Há quem tenha sido bafejado pela sorte e a vida lhe tenha sorrido com heranças de grandes herdades...e há quem tenha a sorte de ter uma terra onde os jardins são planos e onde uma máquina de cortar relva é movida como se de um aspirador doméstico se tratasse...e há quem tenha tido a sorte de nascer em Pomares para dar o valor a todo o esforço que é tentar produzir uma simples cebola...

Eu sou daqueles que teve a sorte de nascer em Pomares e ter herdado o que foi possível aos meus antepassados com o seu suor terem-me deixado...e eu com o esforço que me é possível tento manter...

Não me queixo da sorte, porque felizmente não dependo da pouca terra que tenho para comer...senão estava... digamos que...um pouco mais magrinho...

Independentemente do tamanho da "herdade", dá algum prazer ver as coisas a nascer, a crescer ...e é nestes dois palmos de terra, na impossibilidade de ter um jardim plano e de ter uma herdade de verdade....que vou dando asas à minha vontade e imaginação...e podem crer que é aqui que descanso o espírito cansando o corpo...

Com a ajuda do meu amigo Nuno e de outros amigos, que sempre que preciso dizem presente, lá vou fazendo experiências e vou transformando algumas cepas, que irão um dia tornar o Caruma's Wine numa bebida a que se lhe poderá chamar vinho...o que esta terra me permitir...
Ainda tenho mais alguns trabalhos a fazer...pelo que voltarei um dia destes ao ritmo normal, até para vos dar conta do que se passou na ultima Assembleia de Freguesia de Pomares, que se realizou no ultimo domingo, e de outros assuntos e imagens, e ainda de uma Primavera que vai fazendo o seu intervalo com umas camadas de geada e um friozinho danado, com temperaturas próprias de Janeiro...
Até amanhã!

Hoje é o primeiro Domingo da Quaresma e ainda estamos em Fevereiro, e  não fora as temperaturas gélidas pela manhã até podíamos dizer que estávamos no Verão. O astro Sol avança derretendo as geadas da noite. Tem sido assim dia após dia.  O tempo está seco, e os campos anormalmente ressequidos emprestam um colorido acastanhado ás arvores e flora que tenta sobreviver às sucessivas camadas de geada. Onde não dá o Sol é preciso agasalho e fogueira esperta, porque deste lado é tipo Sibéria, mas Pomares continua lindo, silencioso, sem boliço e sem stress, e só as aves dão as boas vindas ao Sol radiante deste Domingo. Chuva precisa-se...precisamos de couves para a sopa!

Está um luar do caraças e um frio do catano!...

Eu sei! Eu sei!... Já fotografei o sítio vezes sem conta! Eu pelo menos já lhe perdi a conta, porque no blog são já milhares de fotos que estão publicadas, mas hoje achei curioso o rendilhado da geada na palha seca, qual toalha de linho. Pomares hoje acordou a tiritar de frio, e mesmo já perto da hora de almoço,  onde o sol não batia, a geada não derretia. É assim o frio do Inverno na nossa terra, que tem a beleza própria da época. Agasalhem-se, ou como diria um amigo meu: abafem-se, abifem-se e avinhem-se! 

O dia de hoje em Pomares foi assim:

Está cá um código!!!