E porque o verão termina amanhã!
Com um abraço a todos os fiolhosenses que trabalham longe a pensar no próximo verão para regressar às suas raízes e matarem saudades...
Não podia deixar de publicar algumas fotografias das Festas do Fiolhoso que captei este ano, embora tenham decorrido a meio do mês de Agosto, o mês das festas de todo o Portugal, e o mês em que os emigrantes regressam às suas origens para verem a família e matarem as saudades da sua terra e de Portugal. Em Agosto, o Fiolhoso mais parece um pequeno "Grão Ducado", porque a sua comunidade reside e trabalha em número considerável no Luxemburgo, e assim torna-se a terra mais luxemburguesa de Portugal, uma comunidade que goza de grande prestígio e respeito na terra que os acolheu.
As fotos e os vídeos que aqui deixo, tentam retratar os três ou quatro dias de festa, onde a componente religiosa é um dos seus pontos altos, e muito provavelmente o mais bonito, tendo habitualmente o Bispo Prémio Nobel D. Ximenes Belo a presidir aos festejos religiosos.
Espero que com as minhas fotografias e vídeos, deste ano e os de 2012, bem como outros posts dedicados ao Fiolhoso, contribuam para a memória futura, porque esta terra é uma terra de afectos para mim.
Continuando a mostrar algumas fotos de uma forma de ver o Fiolhoso, mostro-vos o largo principal cá da terra, local que agora está despido de gente, mas que em Agosto fervilha de filhos da terra, que regressam de muitos locais dessa Europa que os acolheu na demanda de uma vida melhor, e onde se irão desenrolar os festejos do Fiolhoso que por norma são rijos...
Ao lado a EN 212 pela qual a aldeia se estende...
O Fiolhoso, tal como a maioria das nossas aldeias do interior, continua a ser uma freguesia rural...
O que tenho vindo a mostrar são construções antigas de traça original e característica da zona, mas não fica mal uma "maison" em plena natureza...
Castanheiros seculares atestam a antiguidade da localidade...
Espaço em planalto...
Em contraste com antigo e moderno...
A Rua Principal...
Uma outra perspectiva que nos oferece uma vista através de uma rua a uma cota superior das artérias principais...
Todas as ruas vão dar ao adro...
Que tem o seu próprio espaço que circunda a pequena mas bela igreja...
Para onde quer que se olhe, há muitas casas que poderiam ser recuperadas e preservada a sua traça...
Varandas em granito talhado à força de cinzel com mestria de quem sabia utilizar os recursos que a natureza oferecia...
A pedra em toda a parte...
Escadaria com os balcões tipicamente trasmontanos...
Um belo espaço considerável, e uma arquitectura que merecia ser recuperada no coração da aldeia...
Mais uma casa em pedra...
Um outro balcão entre tantos ainda em estado original...
Uma rua medieva...
E tal como em muitas aldeias deste nosso Portugal, há muito que não se ouvem por aqui as vozes e as correrias das crianças...
Esta escola bem podia ser a sede de uma associação de desenvolvimento local; seria preservada, e a terra iria beneficiar muito...
Numa próxima vez, mostrarei a aldeia de outra perspectiva, uma outra forma de ver o Fiolhoso. Até lá!!!
Já estava na "forja" há algum tempo a publicação de algumas fotos que tive a oportunidade de captar por alturas da Páscoa, que passei em Trás-os- Montes. Publicarei 40 fotografias, divididas em dois posts, tantas quantos os anos em que me habituei a visitar o Fiolhoso, pela família e pelas gentes que continuam genuínas, como sabem ser os transmontanos. As fotografias que se seguem, são apenas uma forma de ver o Fiolhoso através de uma objectiva que, quiçá, vê em cada pedra de uma velha casa, uma história de vida, ou muitas histórias de vida que encerram, tantas as formas graníticas que teimosamente vão resistindo erguidas, perpectuando o suor de quem as ergueu. O Fiolhoso tem um património incomensurável em granito, e se há alguns anos se tivesse despertado o interesse em recuperar muitos dos edifícios que agora estão em ruína, esta seria sem dúvida uma das mais belas terras trasmontanas. Pode ser que um dia...
O Fiolhoso é uma aldeia de dimensões consideráveis, que cresceu perifericamente e tem hoje um bom parque habitacional com as condições que a vida moderna proporciona, contudo, vive também os problemas da interioridade que são a falta de empregos e a consequente desertificação humana. Há muito que os naturais de Fiolhoso tiveram que escolher, emigrar, e hoje são uma comunidade respeitada e conceituada no Luxemburgo, para onde emigraram maioritariamente, e não será por acaso que o Fiolhoso é a aldeia mais luxemburguesa de Portugal.
O Fiolhoso dispõe de um moderno Lar e Centro de Dia.
Lar inaugurado pelo então 1º Ministro de Portugal António Guterres, e Jean Cloud Junker, 1º Ministro do Luxemburgo, e hoje Presidente do Parlamento Europeu, que atesta por si só a importância desta comunidade naquele país.
Mas não são os edifícios modernos que vos quero mostrar, o que vos quero mostrar são estas pedras graníticas que em cada casa, em cada palheiro, em cada calçada, em cada rua, vão contando a sua história a quem passa...
Sigam-me lá...
Hoje ainda estão de pé, resistindo ao tempo moderno, de ventre vazio dos fenos que sustentaram muitas juntas de bois que lavraram campos de pão regados com muito suor...
Impressionam-me as graníticas pedras talhadas à força da picareta e de dimensões que só colectivamente se puderam erguer.
Estacionado definitivamente por falta de tracção...
Um muro de pedra, que anarquicamente talhada se ergue em rectilínea linha, demarcando pertences...
O aproveitamento dos desperdícios lenhosos das videiras, que tal como a lição da formiga, irão sustentar o lume no inverno ou o assado no verão...
Os quintais com uma excelente exposição solar...
A nomenclatura dos arruamentos...
Pátios em contraste constante entre o passado e o presente...
Escadas em equilíbrio periclitante, onde o musgo oculta o desgaste dos degraus de muitos socos que por aqui subiram e desceram, no vai e vem da vida...
Uma janela que entreaberta ao sabor do vento, teve outrora vida...
Belos edifícios em cantaria, que recuperados fariam corar de inveja muitas casas de alvenaria moderna...
Um património arquitectónico que não se deveria perder...
Uma beleza! O aproveitamento rochoso natural...
Os fechos das portas eram tão simples...
Impressiona-me sempre a imponência das portadas que deixam adivinhar o peso bruto de cada bloco granítico, que aguentaram séculos e se mantêm de pé...
Volto hoje novamente ao tema "Ruralidades", um tema que toca a minha alma rural, beirã e serrana, que mesmo longe não esquece onde a vida quotidiana é feita de pequenos nadas, que fazem com que a vida rural seja hoje encarada como uma vida em harmonia com a natureza. Provávelmente ainda virão os tempos em que a vida rural será valorizada, e até será considerada um estilo de vida "cool", como agora é moda dizer-se...
Em Murça, Trás-os-Montes, captei esta imagem já pouco comum na nossa Beira Serra.
Disse que antes de acabar o ano tinha umas fotografias para por à luz do dia, que é como quem diz, mostrá-las aqui. São estas, porque o Norte e o Interior do país têm muito para ver. Sempre que vou a Murça, se tiver tempo, e o tempo me permitir, dou sempre uma voltinha, nem que seja pelos arredores, porque muitas coisas que vejo é como se num clique da máquina tivesse percorrido tantos e tantos anos de história dos homens, como se viajasse na máquina do tempo...ora venham daí!
Murça é uma bonita vila, e não dispenso uma ida lá para poder comprar Toucinho do Céu, único e verdadeiro.
Torre de Moncorvo, adoro almoçar por lá , mesmo que tenha que fazer um desvio de uma dezena de quilómetros, mas vale a pena, porque as gentes são simpáticas e a terra é linda. Vejam aqui quando lá fui pela primeira vez.
Carrazedo de Montenegro, a terra da castanha.
Trás-os-Montes é terra onde o castanheiro ocupa um lugar de destaque, e é em Carrazedo de Montenegro, (Valpaços), que se encontra um dos maiores soutos da Europa.
Perco-me em lugares escondidos dos roteiros, mas cuja beleza e potencialidades turísticas são bem visíveis.
Páro e fotografo "pontes" que deixam passar o pensamento, adivinhando quanto esforço humano está aqui nestas pedras que ainda perduram, e fazem com que quem por aqui habitou continue presente...
Estou na aldeia da Ribeira da Fraga, (Carrazedo de Montenegro), um lugar perdido, que com algum investimento se tornaria num local obrigatório a visitar, com a consequente mais valia para quem ainda ali persiste em viver.
Muitos procuram roteiros turísticos que vêem nas revistas da especialidade, procuram aldeias ou vilas que foram "produzidas" para turista ver, eu também gosto de as ver, geralmente são agradáveis à vista, mas a minha preferência vai para o real, para o Portugal profundo, onde o turista ainda não chegou e para onde o poder politico tarda em olhar. A minha preferência vai para as ruas que me "contam" a estória do esforço humano, e onde os sulcos dos rodados dos carros de bois atestam que em tempos a actividade humana foi intensa...
Estou em Asnela, uma pequena aldeia da Freguesia de Vilares, concelho de Murça, onde se percebe que há muito os seus naturais foram procurando melhores condições de vida noutras paragens...mas à chegada à aldeia os cães deram o alerta, e poucos segundos depois estavam perto...perceberam que sou um amigo...
Aqui e ali percebe-se que a natureza vai conquistando o seu espaço...
Percebe-se também que há resistentes...e pessoas afáveis, de trato amistoso, que nos franqueiam as portas e nos oferecem de comer e beber...gente franca, gente transmontana.
Vive-se da agricultura de subsistência.
Ruas antigas...que nos transportam a outras épocas...
Ruas onde estão bem marcados os rodados dos carros de tracção animal...de há muitos e muitos anos atrás...porque hoje ouve-se e vê-se um tractor agricola a passar...
Como digo no cabeçalho d' O Rouxinol de Pomares: É um blog pessoal. Uma forma de ver a Freguesia de Pomares-Arganil, as redondezas e outros lugares. São exactamente estes, os outros lugares, que também me tocam o coração. Gosto de Murça, e sempre que vou até à aldeia do Fiolhoso, não posso deixar de ir várias vezes a Murça. Murça é uma terra bonita, de gente afável e conversadora, de gente como antigamente, simples e verdadeira. Obviamente que haverá mais lugares e gente assim por este Portugal fora, mas em Trás-os-Montes, as coisas simples, genuínas, puras, vêem ao nosso encontro e é muito agradável, faz-nos bem á alma e ajuda-nos a sentir bem, sentimo-nos em casa!
Tenho fotografado imensas vezes esta Praça com a famosa "porca", mas penso que a tenho fotografado mais do lado oposto...
Um close-up da famosa "Porca" de Murça...
A rua principal da vila, que em tempos foi estrada principal, hoje substituída por vias rodoviárias, entre elas a A4 que passa perto.
Outro clip da parte nobre da vila.
E onde se podem comprar produtos genuínos...ou simplesmente beber um café...
Parece-se mais como um posto avançado de turismo, tal é a informação que o proprietário, que já ultrapassou as 80 primaveras, nos debita e nos fornece os devidos suportes, antes de nos aconselhar a levar alguns dos produtos genuínos que por aqui se podem adquirir. Azeite de Murça, quiçá um dos melhores azeites do país, alheiras, enchidos, queijos, vinhos etc etc etc...e um pouco ao lado, o famoso Toucinho do Céu, feito ainda com os preceitos herdados do saber conventual, os biscoitos com aquele travozinho a aguardente, a bola de carne transmontana, as cavacas (diferentes das das caldas e de outras regiões do país) as queijadas, tudo á base de gila, ovos, amêndoa e muito saber...
Murça é também uma lição de história...porque naquela estrada, bem conservada, a Legião Sétima de Galba por ali passou...
Murça, vista do Miradouro...
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