Às vezes dou por mim a pensar que perdi muitas das características de origem, da minha condição de serrano e aldeão, e da minha origem camponesa. Perdi características devido à vivência em meio urbano durante décadas, onde os ovos e as galinhas vêm do supermercado, e às tantas já não somos capazes de matar uma galinha ou um coelho para nos alimentarmos, coisa mais natural do mundo para um aldeão que tinha que produzir para comer, e se queria carne tinha que matar. Vem tudo isto a propósito da tradicional matança do porco, que tem legislação que chegue...mas não há legislação que nos mate a fome nem que nos venha administrar a casa. Nas aldeias, a matança do porco era também uma forma de convívio ente os vizinhos mais próximos que se entreajudavam, cuja tradição e partilha foi caindo em desuso, e hoje só aqui ou ali ainda se pode assistir. A morte de um animal não é coisa agradável de ver, mas faz parte da vida de uma aldeia, e se considerarmos que o animal foi criado para alimentação humana, para sustento da casa, e que quem o matou traz consigo a experiência de muitas centenas e meio século de faca afiada, o sofrimento não será maior do que o stress em fila de espera num grande matadouro.
Enfim, o arroz de sarrabulho estava muito bom, e os rojões que se pode dizer (?), se o porquito foi criado com a ração caseira, batatas couves e tudo o que a terra produz, afinal é aqui que a carne é diferente e o sacrifício compreensível.
Para os meus amigos, desejo-lhes saúde para criarem sempre o seu porquinho. Por tudo, e porque merecem!
Quem não gosta de uma morcela?
Depois espera-as o fumeiro...
Segue-se a desmancha depois de escorrido...
E nada se perde...tudo é aproveitado...
Até a lingua...que esta não dizia mal de ninguém...
Não é beiça de porco com feijão! Isso é comida abrutalhada!
Nestes últimos meses ganhei muitos amigos. Conheci gente boa, honesta e amiga.
Ontem, o amigo Artur Fontinha juntou um grupo de amigos em sua casa para jantar. E meus amigos, nem sei se vos conte, que jantar! Só para vos dar uma ideia: Para além de presunto, queijos e chourição de excelência, a entrada foi tão somente angulas ou meixón, e que delícia. O resto afinou pelo mesmo diapasão. Um luxo. É um espanto o amigo Artur Fontinha e a sua esposa Victória que tão bem sabem receber, e o Artur é um cozinheiro de fazer inveja a muitos que figuram no Guia Michelin.
O amigo Artur Fontinha também sabe enfeitar a travessa.
O grupo de amigos
Um brinde à amizade.
Boa disposição.
Daqui de Pomares para o amigo Artur Fontinha e esposa D. Victória, desejo que façam boa viagem até San Sebastian, e lá ou cá, até um dia destes.
Andei por aí e os donos mostraram-me os seus animais que registei e partilho convosco.
Ambas as espécies são mamíferos de grande importância económica para o homem desde tempos remotos, e só nas nossas aldeias, onde a ruralidade é uma mais valia, que permite a criação de animais e onde se aprende a dar o valor e a real importância que têm no peso do orçamento familiar. São também criados e alimentados de uma forma natural, livre de produtos químicos e de rações transgénicas (observei isso mesmo). O cheiro da terra e o contacto com os animais é uma terapia anti-stress.
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