Não sou daqueles que dizem que Lisboa é Lisboa e o resto é paisagem. Sou um admirador da Baixa Lisboeta, talvez pela força do habito de ter que apanhar o comboio do Rossio anos a fio, e também não será alheio o facto de ter assentado "praça" nos Correios do Terreiro do Paço. Levei anos a passar diarimente pelo Rossio, a ver e a estar naquela que é a Praça onde tudo acontece. A verdadeira sala de visitas da capital. Hoje, passam-se meses sem lá ir, mas quando lá vou é como chegar a casa. Lisboa tem um brilho especial, mau grado a degradação de muitos edifícios e de muito comércio que fechou portas há muito, e aqui e ali os mendigos, os sem abrigo, e pessoas que já perderam a realidade, os loucos. Muitas coisas chocam-nos, porque há 40 anos não sonhei ver o meu país com gente pedinte e indigente nas ruas...
O Estado e os governos deviam preocupar-se com as pessoas, sempre e em primeiro lugar. Sabemos que não é assim!!!
Mas, e há sempre um "Mas", se nos alhearmos destas coisas que nos corroem a alma, a outra face da moeda é bem mais agradável. O espectáculo de rua, os milhares de pessoas que passam num vai e vem desenfreado pela correria da vida, e indiferente às dificuldades de uns, e à pressa de outros, bailarinas da dança do ventre tentam captar algumas palmas e algumas moedas dos turistas que se sentam nas esplanadas do Nicola e dos outros estabelecimentos vizinhos, ao som de uma caixa de música, fazendo voar panos coloridos e contorcendo as lisas barrigas fazem parar muitos apressados.
Amanhã mostrar-vos-ei algumas fotos do que eu vi por lá...incluindo os grandes navios que foram noticia e que trouxeram alguns milhares de pessoas à capital...porque Lisboa é um espectáculo.
Vamos então dar uma voltinha pela baixa conduzidos pela minha objectiva. A baixa lisboeta é um "mundo" capaz de propiciar a um coleccionador de imagens horas a fio de motivos diferentes para apontar a objectiva e disparar. Considero que o Rossio é a sala de visitas da cidade e o Terreiro do Paço o seu coração, e só estas duas praças são suficientes para ocupar muitos megabytes em imagens.
O Rossio, qualquer que seja a estação do ano, é sempre um espaço agradável e bonito.
As belas fontes com os seus repuxos de água...
Confesso que tenho um certo fascínio pelas Segway...
O Rossio tem sempre atracções, mesmo as mais inesperadas...
Um "romani" dá um show para a esplanada, esperando umas moedas em troca.
O Teatro Nacional D. Maria II.
Por vezes, no Rossio, não sei se estou em Bissau, se estou em Nairobi...
Antigas profissões ainda em actividade...
Chapéus há muitos...
Uma imagem de marca, as floristas do Rossio...
Velha...Tendinha...
Cafés, chás, e uma parafernália de coisas ligadas as estas estimulantes bebidas...
Se olharmos para cima, lá está o convento do Carmo...
Se olharmos para cima, vemos a degradação a que chegaram alguns edifícios e para o perigo que constituem.
Lembro-me do incendio do Chiado, que alterou para sempre aquela zona da Baixa...
A intolerância sempre acompanhou a ignorância e a ganância...e é ainda hoje prática corrente, a outro nível obviamente, mas estou a lembrar-me que é praticada por aqueles que se julgam donos da verdade...
Ainda não há muito tempo que tentaram proibir-me de tirar fotografias em sitio publico de Pomares (!); ainda não há muito tempo que me insultaram; ainda não há muto tempo que foram lançadas sobre mim as mais vis aldrabices; ainda hoje há pessoas que não me falam e me deitam olhares odiosos...felizmente já não há inquisição, porque o crime que cometi foi criar este blog e disputar as eleições para uma pequena Junta de Freguesia, que não me traz, nem me traria qualquer vantagem de ordem pessoal. Ainda hoje sinto o fanatismo de alguns porque tenho ideias e ideais para uma Freguesia e uma terra que é tanto minha como dos outros que lá nasceram...
Enfim, veio-me à memória, a propósito desta imagem, e tal como este memorial, é bom não esquecer...
Uma das coisas que me chateia é a exclusão social, a miséria, que atira para a mendicidade pessoas com idade avançada...é uma coisa que me chateia, como ficou celebre a frase do então Primeiro Ministro Pinheiro de Azevedo, proferida noutro contexto, mas dita de forma clara e directa...
Não foi para isto, nem essa foi a minha esperança do Portugal que vi nascer no dia 24 de Abril de 1974...
Que saudades do Grandella, um dos edifícios que pereceu no incêndio do Chiado e onde trabalhava a D. Fernanda, se não me falha a memória, casada com o senhor Graça, que nos idos anos 70 tinham uma casa em Pomares onde religiosamente iam de férias e levavam amigos.
Sempre que vou à baixa, passo por aqui, obrigatóriamente, para ver o amigo Alberto que partilhou comigo durante algum tempo o mesmo quarto, no inicio da minha vinda para Lisboa.
Rua da Conceição
Terreiro do Paço, sem automóveis e sem transito nas laterais...
Pátio da Galé, hoje restauração, de onde outrora saiam cartas e aerogramas ao seu destino...
O Tejo com os seus cacilheiros...
Estação de metro do Terreiro do Paço. Muitas escadas, elevadores, desce-se bastante, estaremos ao nível do fundo do Rio Tejo, ou talvez mais... faz-me alguma confusão porque está paredes meias...
Palavras para quê? Eis a Praça mais conhecida e movimentada da capital! A sala de visitas! A sala de estar da capital do País! O Rossio!
Não é por falta de material fotográfico que continuo a mostrar Lisboa com estas fotografias que captei na noite de fim de ano. A minha actual maquineta já fechou e abriu o diafragma mais de 40.000 vezes; convenhamos que é um número razoavel, e atesta não só a qualidade do material, como deixa adivinhar que o seu dono (eu) tem muita imagem disponível em arquivo. Mas não se trata de mostrar imagens de arquivo, mas estas que já estavam programadas muito antes de aparecerem aquelas notícias "negras" da nossa terra (!). Assim, voltamos ao caminho, que é como quem diz, vejamos Lisboa que é uma bela cidade.
Se o Terreiro do Paço é a "sala de visitas" de Lisboa, o Rossio é a "sala de estar"! O Rossio, é uma das praças mais bonitas de Lisboa, e muitas das pessoas que por aqui passam diariamente na sua correria para irem trabalhar, raramente reparam na beleza dos seus edifícios, fontanários, e na estátua de D.Pedro IV, nome oficial da Praça. O Rossio é o ponto de encontro tradicional dos lisboetas e de todos os que visitam Lisboa. Lembro-me da azáfama dos tempos pós 25 de Abril, em que os portugueses vindos das colónias, os chamados "retornados" que elegeram o Rossio como a sua sala de estar, Lisboa tornou-se muito mais cosmopolita nessa altura. O Teatro Nacional D. Maria II, onde muitas peças foram representadas pelos nossos melhores actores e vistas por muitos reis e rainhas, tornando aquele edificio num local com história e misticismo. E há sempre um pastelinho de nata que se pode comer na Pastelaria Suiça, passe a publicidade! E ainda, no Outono e Inverno, o cheiro a castanhas assadas, que desde há longos e longos anos se vendem no Rossio...cheira bem, cheira a Lisboa!
Lá diz o ditado: Lisboa é Lisboa e o resto é paisagem! Não concordo em absoluto com esta frase tão redutora para o resto do país, até porque o país tem cidades muito bonitas, Coimbra por exemplo, mas tenho que concordar que Lisboa é bela, desde sempre, e com a iluminação de Natal e Ano Novo tem outra luz, mais bonita ainda! Esta é a famosa Estação da CP do Rossio, local que me deixa boas recordações, porque era aqui que a minha viagem começava e acabava diariamente para o trabalho e para o regresso a casa. Foram muitos anos a calcorrear as escadas, e para ganhar ânimo, na esquina ainda lá está a Beira Gare, passe a publicidade, a casa onde se pode comer a bifana, o pastelinho de bacalhau, o filete de bacalhau, a chamuça e um montão de iguarias...e acompanhadas de belas imperiais, ou um verde à pressão.
Vem isto a propósito que vou aproveitar estes dias que irei permanecer cá por baixo, que é como quem diz, cá por Sintra e pela Capital, para vos mostrar algumas imagens do quotidiano da grande cidade. Afinal, para muitos, para algumas gerações de pomarenses e arganilenses, as vidas na cidade e nas nossas terras andaram sempre de mãos dadas. Ora, eu não fujo a essa regra. Por enquanto, claro! Mas, e tudo na vida tem um "mas"; vou aproveitar estar cá por baixo para acertar algumas coisas com a minha saúde. Bem sei que os meus leitores, visitantes e amigos deste blog nada têm a ver com isso, mas eu não faço segredo que sou um portador de Psoriase, sofro de Espondilite Anquilosante e as consequentes Colite Ulcerosa, Uveítes etc etc., tudo, tudo a que tenho direito destas doenças auto-imunes. Felizmente tenho a possibilidade de me tratar e de recorrer a bons clínicos, e não posso deixar de referir a ajuda única do Serviço Nacional de Saúde, uma conquista de Abril e do nosso estado social, que alguns tentam acabar para que outros lucrem com a saúde...enfim, outra "guerra" que agora veio a talhe de foice...dizia eu, vou acertar algumas coisas de saúde, um mini check-up, e não há nada mais racional do que começar o ano a cuidar do bem que temos de mais precioso, a saúde! Deixando as maleitas de lado, espero que gostem das minhas fotos da(s) cidade(s), desta, e das que irei publicar por estes dias.
Não era assim! Não tinha a meio uma escadaria para o metropolitano, nem tinha escadas rolantes até à saída! Outros tempos, felizes até, em que ir de comboio, única alternativa, era uma aventura em horas de ponta. Gente pendurada nos estribos, a azáfama de correr e apanhar o comboio em andamento desafiando as normas de segurança. Gente anónima, gente da grande cidade, do suburbio, gente trabalhadora, gente madrugadora e que todas as horas eram horas para trabalhar. É a cidade que não pára...
Milhares de vezes percorri o chão desta gare, a todas as horas, num vai e vem repetitivo que nos levava a casa e nos trazia de volta ao ganha-pão diário! Outros tempos...
Tal como no ano passado e inserido nas festas da cidade de Lisboa, as Casas Regionais de Lisboa levaram a efeito este fim de semana no Rossio uma mostra gastronómica, com espectáculos dos vários grupos de dança e música tradicional, onde cada região mostra a sua cultura e as suas tradições. A Casa da Comarca de Arganil, convidou este ano o Grupo de Danças e Cantares de Soito da Ruiva, pelo que a nossa freguesia desfilou pelo Rossio, levando ao coração da capital do país o nome da nossa terra e os costumes e cantares da nossa Serra do Açor.
Aqui ficam algumas fotografias.
Estarão certamente de acordo comigo, se vos disser que para mim vir à baixa lisboeta e não comer uma bifana nem beber uma ginginha, será a mesma coisa que ir a Roma e não ver o Papa. Não haverá coisa melhor! Bifanas, pastéis de bacalhau, filetes do dito, croquetes de carne, chamuças, embora estas sejam produto que veio com os retornados das ex-colónias, e ainda bem, e mais uma parafernália de iguarias e pastéis. Coisas anti-dieta, é certo, mas com estas coisas não há fast-food que lhe chegue aos calcanhares.
Cá estão elas na frigideira, sempre quentinhas e prontinhas a serem servidas dentro de uma carcaça...
É com...ou sem elas?...ginjinhas óbviamente!
Quem não conhece a Ginjinha do Largo de S. Domingos não conhece Lisboa. É um ponto de encontro e um local mítico da cidade.
O Rossio, (Praça D. Pedro IV), a Praça principal e a mais movimentada da cidade...
...mas hoje o Rossio, e até a baixa, já não apresenta as mesmas características de há uns anos. Hoje o Rossio, seguramente, é o local mais cosmopolita da cidade, e tem alturas do dia em que junto ao teatro D. Maria II e à beira da Ginjinha, mais parece que fomos transportados num tapete das mil e uma noites, e aterrámos em Nairobi ou noutra cidade sub-sariana.
Mas Lisboa não deixa de ser Lisboa, e a baixa continua a ter aquele fascínio que nos atrai, mas as políticas seguidas nos últimos anos têm vindo a afastar as pessoas e o comércio tradicional, matando lentamente a baixa que nós conhecemos e de que temos saudade. É assunto para especialistas da matéria, eu apenas vi...e registei!
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