O apelo do campo, da ruralidade, é algo a que um serrano como eu não consegue resistir mesmo que esteja na cidade, e muito menos quando o mundo rural vem até nós. Ontem visitei o Portugal Agro, um certame dedicado a empresas rurais, que está a decorrer por estes dias no 3º pavilhão da FIL.
Fruta, e outros produtos de superior qualidade, numa mostra onde se percebe que a nossa agricultura requer mais atenção por parte dos nossos governantes, para ser competitiva num mercado global, porque a qualidade, essa não lhe falta, e é top. Talvez uma das melhores do mundo.
Empresas e associações mostram os seus produtos de superior qualidade.
Os enchidos de Trás-os-Montes...
Azeite, o ouro líquido.
Não faltou o Cão da Serra, uma das raças portuguesas mais conhecidas, e um excelente animal.
Concurso de Serras da Estrela.
Sintra não é só palácios, é também uma região onde se produzem produtos de alta qualidade.
Os conhecidos e famosos "travesseiros" e as queijadas da Casa Piriquita...
Produtos da terra...
Demonstrações de "Chefs"...
Trás-os-Montes bem representado também...
Pessoalmente não conhecia as maçãs de Carrazeda de Ansiães...
Só me custou ter de transportar uma caixa até ao automóvel, mas valeu a pena, são simplesmente deliciosas e não foram nada caras!
Da Bairrada...
Os trajes...
Das Confrarias...
Uma capa que faz inveja a muitas Armani's...
Mais divulgação e mais apoios...
A música também esteve presente...
Utensílios rurais...
Curiosidades de artesanato...e bengalas, quem as não tem?!
Aprendemos sempre e tomamos contacto com o que há em Portugal...
Já saí de noite da FIL.
Cada vez gosto mais de ser português, e cada vez mais amo o meu país. Portugal tem coisas boas!!!
Costuma-se dizer que não há duas sem três, mas vamos ficar por aqui, voltarei ao tema um dia destes, mas hoje não podia deixar na gaveta esta bela foto do nosso interior, que captei em Freixo de Espada à Cinta, e num gesto tão simples como é a vida por aqui.
Páro o automóvel, saio, pergunto se posso tirar-lhe uma foto. O Sr. pára, e até o animal olha para o fotógrafo...
É o Portugal profundo, rural e genuíno.
Volto hoje novamente ao tema "Ruralidades", um tema que toca a minha alma rural, beirã e serrana, que mesmo longe não esquece onde a vida quotidiana é feita de pequenos nadas, que fazem com que a vida rural seja hoje encarada como uma vida em harmonia com a natureza. Provávelmente ainda virão os tempos em que a vida rural será valorizada, e até será considerada um estilo de vida "cool", como agora é moda dizer-se...
Em Murça, Trás-os-Montes, captei esta imagem já pouco comum na nossa Beira Serra.
Se há coisas que gosto, é do cheiro da terra, de ver as flores a desabrochar na primavera, de ver as árvores a ganhar as primeiras folhas, de ver os primeiros frutos a ganhar forma, e de tudo que diga respeito ao mundo rural, porque a minha alma é camponesa.
Sei que não tenho jeito nem saúde para a agricultura, mas esforço-me, e com a ajuda dos amigos, lá vou podendo comer umas cebolas, umas alfaces e outras coisitas da horta, imaculadamente biológicas. É evidente que na minha ausência, a ajuda da minha mãe é fundamental. Há sempre uma ervita para tirar, e há necessidade de regar a horta, embora seja só necessário carregar num botão e colocar a mangueira a jeito. Tempo e carinho é a receita. Não é um jardim aprimorado e de formas geometricamente desenhadas, mas é o que é possivel ter num terreno algo acidentado, onde a erva cresce mais do que seria desejável. Temos é que ser felizes com o que podemos ter...
Framboesa plantada há cerca de 15 dias.
Amoreira (prima da silva).
Goji
Figueira à espera do primeiro fruto (talvez para o proximo ano)
Cebolas plantadas há 15 dias.
Tomates, tomatinhos, pimentos, courgetes, melancias e outras coisas comestiveis...se crescerem...
Alfaces
Morangos (este ano a coisa falhou um bocadinho, para o ano já há outro plano)
Couves
Vão ser uvas
Ameixas
Da mesma árvore, ameixas stanley. São experiências de enxertias.
Tenho andado "desaparecido", mas nem fui de férias nem emigrei, embora às vezes tenha vontade para ambas as coisas. Ir de férias e "bazar"!!!
Tenho andado nas minhas ruralidades e não se trata de nenhuma terapia, trata-se apenas de poder comer umas cebolas sem químicos, umas alfaces sem fertilizantes e uns morangos a saber aos ditos. Foi por isso que rumei à Feira de Arganil, que por ser feriado na quinta feira, se realizou na sexta.
Vim cheio de coisitas engraçadas que hoje até estão na moda por causa dos media que tanto falam nas hortas urbanas...mas as coisitas engraçadas dão cabo do canastro de um citadino com coração e alma de serrano...
Couves...
E outras espécies de folhas comestíveis e tubérculos...
Alfaces, de preferência roxa, que verde sabe-me a erva...
Cebolas...adoro ir buscar uma cebola à horta e zás na salada...
Morangos para juntar aos do ano passado que resistiram às geadas...
E melões e melancias, tomates e pepinos, courgettes e pimentos, piripíri...
E flores, porque a vista e o olfacto também precisam de ser alimentados...
E arvores e arbustos, que já é tarde para plantação, mas que para uma framboesa e um amoreira, um goji e uma videira de sobremesa nunca é tarde demais...
E as sementes...de feijão que até pode vir dos "primos" incas, ou da Índia, sabe-se lá; esta coisa da globalização tem destas coisas, e acabamos por ser todos iguais...porque até somos governados por um bando de índios...
E só não comprei coelhos, porque cada vez que penso no IRS...
Há muito que não utilizo o título "Ruralidades"...que fica sempre bem a um blog que se destina a divulgar também a ruralidade da nossa região. A vida ao ritmo do andamento de um rebanho e sem stress...as pressas e as buzinadelas são para a urbe de vida acelerada!
É uma benção da ruralidade apreciar os desenhos que os campos vão adquirindo com as ceifas, hoje mecânicas, em que já se perderam os canticos das nossas raparigas e rapazes, que outrora, de foição na mão e suor a escorrer pelo rosto clamavam água fresca, que ainda hoje brota das nossas fontes, mas resta-nos a paz que a ruralidade nos traz e a beleza da nossa terra...
Todos os seres vivos estão ligados pelo ciclo da natureza, esse processo natural que nos fascina e do qual fazemos parte. Observar esta pequena pereira com os seus pequenos frutos em crescimento é um exemplo de renovação ano após ano...
Só o mundo rural nos faz compreender o nosso lugar na mãe natureza...
Estes são os primeiros frutos desta ainda pequenina cerejeira. Plantei-a o ano passado e já mostrou o que se espera dela, dar cerejas. Uma das coisas belas do nosso mundo rural é poder acompanhar o crescimento das árvores, ver o seus primeiros frutos e saboreá-los.
Este é um pessegueiro que também plantei o ano passado, e já deu uma "amostrinha". As arvores mais dificeis de cuidar são os pessegueiros. Estas pequenas árvores, nativas da China, dão frutos muito apreciados, e para além de terem uma vida curta em relação a outras arvores frutíferas, estão sujeitas a várias doenças entre as quais a mais comum e conhecida é a lepra do pessegueiro, que se desenvolve com temperaturas entre os 10º C e os 20-22º C e atmosfera húmida e chuvosa, que são as condições que temos tido nestes ultimos tempos...
O tratamento é feito à base de produtos de cobre e deve ser aplicado antes do aparecimento das primeiras folhas...embora pessoalmente não goste de aplicar quimicos, neste caso tem que ser, e no caso concreto deste pessegueirinho que não foi "tratado" a lepra não se fez rogada...nos pessegueiros não há nada a fazer...sem quimicos não há pêssegos...
Uma pequena videira plantada este ano já com rebentos, o que significa que pegou, e se tudo correr bem irá desenvolver-se normalmente, e daqui a dois anos já dará uvas. E se tudo der certo serão uvas moscatel...
A vida do campo é pesada, cansativa, mas é muito gratificante ver a natureza a desenvolver-se com a ajuda da mão do homem...
Por cá ainda vamos religiosa e semanalmente ao mercado tradicional, à feira, como é usual dizer-se, para adquirirmos os produtos que necessitamos para colocar na terra. Por cá a Ruralidade ainda se escreve com a enxada e ancinho na mão. Nós que somos aprendizes nestas andanças, fomos comprar umas alfacezinhas, cebolinhas, e claro uns "morangoskas", para temperar com um vinho do porto lá para Junho/Julho, que é quando adquirem a sua tonalidade rubra, o sabor agridoce, e aquele cheirinho inconfundível e irresistível. Plantar arvores, plantas, e vê-las a crescer e a produzir tem outro sabor e outro valor. A Ruralidade é um modo de vida...agradavelmente saudável...
A seguir vão as couves, as courgettes e outros legumes, e ainda o feijão, que uma sopinha de feijão verde acabadinho de apanhar e livre de químicos sabe sempre às mil maravilhas....
A preparação da terra requer sempre a ajuda de amigos mais experientes nestas coisas da agricultura e das ruralidades, mas o esforço e o cheiro a suor, é recompensado com a qualidade dos produtos e pelo gozo que dá apanhar do "quintal" directamente para a panela. A qualidade de vida no campo é muito superior ao da cidade, e é por estas e por outras que cada vez mais gosto da Ruralidade...
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