O Rouxinol de Pomares

Quando a água brota da Serra e o Ribeiro do Cabido cai em alva algazarra fazendo-se ouvir pelo Tinte e Fontanheiro, o Rio Moura começa a ocupar as margens que lhe pertencem por natureza...  

Passeando pela Serra, descobrem-se lugares de encanto. Miradouros naturais...

Uma gigantesca "ventoinha" das nossas serras. As eólicas alteraram a paisagem, fruto de que o futuro passará pela redução do consumo de combustíveis fosseis. Li algures que a UE, leia-se Bruxelas, até ao ano 2050, propõe-se acabar com os automóveis movidos a gasolina e gasoleo. O meu velho Patrol, máquina quase indestrutível não será eterno e eu nessa época já não preciso de combustível fossil certamente...

Junto à grande torre eu estou lá, e o meu Patrol também...minúsculos, ao pé de um gigante que vai fazendo vvvhhhoooo....vvvhhhoooo...vvvhhhooo...

Agroal (Pomares - Arganil)... um belo Sítio Refrescante!...

Foi neste fim de semana que os naturais e a Comissão de Melhoramentos de Agroal limpou e fechou a represa para dar lugar à piscina natural do Agroal. Contiguo à piscina um belo parque de merendas que se encontra em melhoramentos, e que no futuro apresentará optimas condições para acolher quem escolha este local para se refrescar. Ficam aqui estas imagens do acontecimento, que testemunham o empenho e o trabalho de quem tem amor pela sua terra e oferece o melhor que tem.

Águas límpidas, frescas. e ambiente rural sob o olhar da Serra do Açor!

Os trabalhos na represa...

...e alguns dos intervenientes, quase com os trabalhos finalizados. Só falta encher!

Sem comentários...

Lá ao fundo do vale serpenteado, no aconchego da Serra do Açor, lá está Pomares. É este ambiente montanhoso, no reino do xisto, que é o berço de um tipo de beirão, que se distingue sensivelmente do do resto da Beira. É alto, enxuto, claro ou moreno, às vezes citrino, de olhos castanhos ou azuis, aparecendo também o gordo simpático e bonacheirão que parece ter acabado de chegar da orla pirenaica francesa e falando todos um português nítido, sem converter os "SS" em "X," como é jeito de pronuncia das gentes das duas beiras interiores, alta e baixa. 

De repente, em estradas onde os automóveis rareiam, circula-se com maior precaução porque as estradas são estreitas e os veículos em maior número. Nota-se uma maior azáfama e nota-se também que a população das nossas aldeias aumentou uns dígitos. 

É o apelo das origens; são as raízes a falarem mais alto!

Estamos em Agosto, um mês por excelência de férias e as nossas aldeias vestem-se, alindam-se e entram em festa. Em Agosto as nossas aldeias estão em festa.

Este fim de semana, Porto Silvado, onde actuarão a "prata" da casa, Gabriel e Grupo de Danças e Cantares do Soito da Ruiva, ( não estou presente por motivos de saúde), Corgas, ( que saudades da casa da Ti Piedade) e Goulinho e nos proximos fins de semana seguir-se-ão, Soito da Ruiva, Sobral Gordo, Sobral Magro...A Serra está em Festa! É o regionalismo a mexer! 

Por esta serra acima, vão-nos surgindo por vezes, elementos estranhos à paisagem, eis este exemplo, qual limousine em garagem de castanheiros a céu aberto.

Não muito longe de Pomares e na freguesia este abrigo de paragem de autocarro, com uns curiosos bancos dos ditos. Será intencional para que enquanto esperam poderem ir sonhando que já estão viajando?

São duas imagens típicas do Portugal profundo, a primeira é o desleixo e a segunda o desenrasca. Ambas típicas do nosso Portugal, e a nossa região também não escapa.

Quando escuto o vento, quando subo ao cimo das serras, buscando a terra, a essência da sua história e a minha origem, os meus genes emocionam-se...

Lá no alto o Colcorinho, a Gramaça e o Porto Silvado. A beleza da Serra do Açor, o reino do xisto.