Já repararam que eu ando atrasado a "postar" cerca de 24 horas. Não, não me ando a baldar, nem estou cansado deste projecto que é O Rouxinol de Pomares.
Não percebo muito destas lides da terra, porque a minha actividade profissional foi desenvolvida na grande cidade e nada tinha a ver com estas coisas da terra. Descendente de camponeses, a terra sempre me atraiu, está-me no sangue e descobri o quanto é agradável mexer na terra, ver as coisas a nascer e a desenvolver-se e depois o sabor é proporcional ao amor e carinho com que tratámos as coisas que comemos, dentro de padrões biológicos e respeito pela natureza. Tenho andado um pouco cansado, de corpo, porque os trabalhos da terra cansam o corpo e descansam o espírito, e essa é a razão deste meu atraso. Prometo que um dia destes voltarei à rotina e à prática habitual.
Já que estamos em princípios de Julho, desejo a todos os que vão de férias, que tudo lhes corra bem, e deixo aqui um pequeno conselho, se não conhecem a minha terra, Pomares, visitem-na, porque daqui poderão apreciar a Serra do Açor e algumas das suas belezas, a Mata da Margaraça, a Fraga da Pena, o Piódão, Chãs d'Égua e Foz d'Égua, o Rio Alva e a Serra de Estrela; afinal estamos aqui tão perto!
Boas férias.
O vento fustiga-nos a cara, é gélido, obriga-nos a apertar os polartec's e a usar o capuz do corta vento, e lá longe vê-se a olho nú a Torre da Serra da Estrela, branca, branca de neve. Aqui a meus pés a estrada é estreita, a um passo é o abismo e a vertigem percorre-nos a espinha, mas a vista que se alcança é compensadora, e a liberdade que se sente é um estimulo para os sentidos. É assim lá no alto do Monte do Colcurinho, a Serra do Açor no seu apogeu.
Na minha terra ainda há pastores! Estas são ovelhas de raça bordaleira, típicas da Serra da Estrela que nos fica aqui tão perto. Pomares é uma aldeia rural com excelentes condições para a pastorícia, e não é a primeira vez, nem será a última, por certo, que falo sobre o rebanho do amigo António Marques que sempre foi pastor e proprietário de belas ovelhas. Nas redondezas, não são conhecidas ovelhas que se apresentem com tão bom aspecto. São animais bem tratados e cuidados e a imagem que vos mostro não deixa dúvidas. O amigo António Marques só pode estar de parabéns por ter assim estes simpáticos animais.
Na confluência da Serra da Estrela e da Serra do Açor, fazendo parte do Parque Natural da Serra da Estrela, está São Gião.
São Gião é uma freguesia do vizinho concelho de Oliveira do Hospital e tal como nós, pertence ao distrito de Coimbra. É uma bonita aldeia, inserida no também bonito vale do Rio Alva, e possui um interessante património como a sua Igreja Matriz, também conhecida por Catedral das Beiras, construída nos finais de setecentos em estilo barroco, ostenta um tecto de 102 painéis, e os seus retábulos são em talha dourada. É um templo magnífico.
Para quem visita a aldeia, o que salta à primeira vista, são as suas casas, que no seu conjunto mantêm as características da zona, e os seus balcões e varandas decorados com vasos de flores.
Vale sempre a pena uma visita, mas até lá, deixo-vos com algumas fotografias. Espero que gostem!
São Gião
A Igreja Matriz
O cuidado de manter os altares irrepreensíveis.
A Capela de São Sebastião (Sec XIV)
Não temos o hábito de ir para norte, mas aqui pertinho e já com um pé no Distrito da Guarda, está Seia, a maior cidade da subregião da Serra da Estrela e a segunda maior cidade do Distrito.
É uma cidade antiga que, segundo reza a história, foi fundada há 2400 anos pelos Túrdulos. Hoje, combina o antigo com o moderno de uma forma equilibrada.
Uma cidade a descobrir mais vezes e que nesta abordagem me mereceu esta dúzia de fotos que vos mostro.
Vista parcial de Vide (Seia). Situada no sudoeste do Parque Natural da Serra de Estrela, no Vale do Alvôco, a cerca de 25 quilómetros da Torre, mas juntinho à nossa Serra do Açor. É a terra de origem do ilustre político Dr. Almeida Santos.
Hoje continuamos a falar do Rio Alva e nada melhor para falar dele do que observá-lo da Ponte das Três Entradas, onde o Rio Alvôco vem ao seu encontro. A Ponte das Três Entradas, localidade assim chamada efectivamente por ter uma ponte com três entradas, em formato de "Ypsilon" quiçá única no mundo, liga três freguesias, Santa Ovaia, São Sebastião da Feira e Aldeia das Dez. A Ponte das Três Entradas dispõe de parque de campismo, bem juntinho ao Rio Alva. A partir daqui podemos percorrer o Vale do Alva, o Vale do Alvôco, subir ao Piodão, a jóia da Serra do Açor, passando por Foz D' Égua e Chãs D' Égua. Podemos ir a Aldeia das Dez, subir mais um pouco e parar para visitar a Senhora das Preces, um santuário mariano que vale a pena visitar, quer pela arte sacra, quer pelas espécies de árvores que ostenta na sua mata, e se subirmos mais um pouco vamos ter a esse lugar mítico que é o Monte do Colcorinho, um dos pontos mais altos da Serra do Açor. Podemos também seguir até Seia, Serra da Estrela e Covilhã. Afinal não estamos assim tão longe!
O Rio Alva é o rio mais importante que corre nas encostas da Serra do Açor. Nasce na Serra da Estrela tal como o Mondego e vão encontrar-se no Porto da Raiva junto a Penacova.
O Vale do Alva tem paisagens espectaculares e através da minha objectiva aqui vos deixo algumas imagens captadas neste inicio de Primavera.
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